quinta-feira, 2 de julho de 2009

Discrição megalómana

Ontem o ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes apresentou a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa.

Em primeiro lugar, gostaria de me referir à “cerimónia de apresentação discreta” anunciada pelo ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes, que me fez lembrar a discrição megalómana com que o ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes geriu a cidade de Lisboa.

Depois, sobre a referência à minha pessoa, que a imprensa lhe atribui, importa esclarecer dois pontos:

1 – Quem embargou a obra do túnel do Marquês foram os juízes da primeira e segunda instância;
2 – Se o ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes na realidade se estava a referir à providência cautelar que interpus, em nome dos protestos de vários cidadãos e associações, e da qual me orgulho porque conduziu à alteração do projecto do túnel; quero dizer apenas que voltarei a fazer o mesmo sempre que em Lisboa voltem a surgir obras não estudadas e repletas de ilegalidades, como era o caso do túnel do Marquês.

Por último, sobre o novo túnel anunciado ontem como bandeira, pelo "buraco" financeiro que o ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes deixou nas contas da autarquia, percebo o seu fascínio por túneis. Não me vou pronunciar sobre um projecto que não conheço, embora não me pareça ser essa uma das prioridades para Lisboa, sendo certo que fazer um túnel na zona Saldanha / Av. da República, onde se cruzam várias linhas do Metropolitano, é logo à partida um bico de obra.

Importa lembrar que o “projecto” do ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes para o túnel do Marquês esbarrava contra o túnel do Metropolitano ali existente.

2 comentários:

Bernardino Aranda disse...

Santana Lopes e a sua equipa não são gente séria.

A forma como ele "explicou" que o passivo da câmara - que cresceu 140% durante o mandato PSD/CDS - não era da sua responsabilidade, evidencia profunda má fé e desonestidade.

A culpa, evidentemente, também é da comunicação social. Os jornalistas não dominam as questões financeiras das autarquias nem têm de dominar. Mas também não podem tratar a contabilidade como se fosse matéria de opinião.

Se Santana diz que o passivo só cresceu entre 2001 e 2004 porque ele reconheceu as dívidas à Parque Expo que não são da responsabilidade dele, por exemplo, tem de se perguntar a alguém da Direcção Financeira da Câmara ou da Parque Expo se é realmente assim, antes de se dar a notícia. Senão nem é jornalismo, nem política, nem é nada...

Anónimo disse...

Caro Dr.

Já custa ouvir dizer mal de si. Acabe as obras em que muito bem escolheu gastar o dinheiro de todos nós e depois falaremos. Os lisboetas acham que obras são túneis, estradas e parques de estacionamento. Talvez com miradouros requalificados, corredores cicláveis, ruas com menos carros e a praça do comércio finalmente de todos seja dado um passo em frente. Finalmente alguém decide gastar bem o dinheiro de todos em Lisboa! Vá em frente, não desista!