terça-feira, 30 de novembro de 2010

Hortas Urbanas

Está em obra aquele que será o maior Parque Hortícola em meio urbano do país, com uma área de cerca de 15 hectares no Vale de Chelas.

A criação de parques hortícolas é de extrema importância em termos sociais, económicos e ambientais. Espaços com estes características, áreas de produção e lazer, sobretudo em zonas economicamente desfavorecidas, promovem a interacção social e a consciência comunitária entre os residentes e ao mesmo tempo proporcionar a introdução de frescos na alimentação destas populações, bem como a possibilidade de um incremento do baixo rendimento familiar pela venda localizada de alguns produtos. A nível económico, para a autarquia permite reduzir substancialmente os custos de manutenção, e assegura a permeabilidade dos solos em áreas importantes para a estrutura ecológica municipal.

O Projecto de Execução do Parque Hortícola do Vale de Chelas, nasceu da necessidade urgente de dotar o vale das condições necessárias à prática de agricultura urbana, actividade já há muito desenvolvida de forma desordenada nesta área, situada a montante da Bacia hidrográfica do Vale Central de Chelas e inserida na Estrutura Ecológica Municipal.

Este projecto incide numa área de cerca 15 hectares, dos quais 6,5 são considerados para uso hortícola, prevendo-se, inicialmente, a instalação de cerca de 400 talhões com áreas de 150m2 cada.

O Projecto será executado por fases, prevendo-se a conclusão da primeira fase no início do segundo semestre de 2011. Esta obra inclui a modelação do terreno, reforço e protecção das encostas, abertura dos caminhos principais e introdução de uma rede de distribuição de água, com bocas de rega.O fornecimento de água adequada à rega dos produtos hortícolas é a acção primordial deste projecto, pois vem acabar com as situações graves de saúde pública pela rega das culturas com águas do saneamento público em épocas de seca.

O segundo aspecto mais importante é a introdução de uma rede de caminhos consolidada, hierarquizada, que permita o acesso e usufruto do novo Parque a todos os habitantes. O projecto procurou respeitar a rede de caminhos sedimentada actualmente pelos hortelãos.

Posteriormente, serão colocadas vedações nas hortas, definidos os caminhos entre as hortas, plantação de plantas e arbustos de bordadura (junto às vedações das hortas), colocação de alfaias / casas de Arrumo para os hortelãos. Por último será instalado um equipamento infantil e um quiosque com esplanada.

Este projecto pretende, também, aproximar a prática agrícola destas unidades à exclusividade da agricultura biológica pela compostagem de resíduos e utilização apenas de produtos biológicos na cultura, estando para isso a serem desenvolvidos procedimentos que permitam fornecer aos agricultores urbanos acções de formação nesse sentido, bem como meios para o executar.

Todo este processo foi devidamente acompanhado pelos hortelãos, através de várias reuniões promovidas pela Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que a CML comprometeu-se a atribuir, de forma directa, talhões aos cerca de 100 hortelãos que já ocupavam anteriormente o local. Os restantes talhões serão atribuídos mediante concurso público, que será realizado em 2011.

Enquanto as obras decorrem a CML tem desenvolvido e pretende, ainda, desenvolver várias acções de formação em Horticultura.

Reportagens sobre esta intervenção:



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