Tenho acompanhado em silêncio toda a actividade em torno do Jardim França Borges (Príncipe Real). Todas as coisas que têm dito: algumas acertadas, a maioria sem razão.
Entristecia-me o estado a que deixaram chegar o jardim, no coração do Príncipe Real, sítio onde nasci há 51 anos, o que reforça a minha ligação com este espaço.
A recuperação de miradouros, jardins e praças foi e é um dos meus objectivos. Entristecia-me vê-los escuros, maltratados, indignos da sua dimensão e da sua importância para esta Cidade.
Tal como já aconteceu nos miradouros de São Pedro de Alcântara e do Torel, nos jardins Botto Machado, Francesinhas ou Cesário Verde, entre outros, e como está a acontecer noutros locais de Lisboa, a reabilitação do Jardim França Borges era, há muito, exigida. E era devida.
Desde os anos 90 que se prometia. Desde os anos 90 que se falava que “para o ano é que é”. Desde os anos 90 que os moradores do Príncipe Real e os lisboetas em geral esperavam e desesperavam, e enquanto isso o jardim ia-se lentamente degradando.
Isso acabou. Prometi devolver a dignidade àquele espaço e é isso que a CML está a fazer.
Não estamos a destruir, estamos a requalificar, a devolver a identidade ao jardim.
Não estamos a abater árvores, estamos a substituí-las; maioritariamente Choupos doentes, mal formados, com fragilidades mecânicas e que apresentavam risco para as pessoas e bens. A mais antiga tinha 28 anos e o funcionário que a plantou ainda trabalha na Câmara; na altura para substituir Ulmeiros.
Vamos substituí-las, de novo, agora por Lódãos, bem mais consentâneos com um jardim romântico como este.
Não há nenhuma árvore histórica envolvida, felizmente, porque até essas adoecem.
Em Maio, em parecer, a DRCLVT afirmou que “a intervenção proposta ao nível da vegetação baseia-se num levantamento exaustivo que suporta decisões coerentes a nível arbóreo, arbustivo e herbáceo, salvaguardando a segurança de transeuntes e bens, a imagem romântica do jardim público e a gestão integrada em termos de manutenção”; propondo desde logo “a aprovação da intervenção a nível da vegetação”.
O mobiliário é o que lá existe. Os pavimentos serão em saibro compactado, em vez de alcatrão.
E, mais uma vez, tudo isto tem parecer favorável do IGESPAR.
Sobre a participação pública e a necessidade de informar à população, digo apenas o seguinte:
- A CML distribuiu no jardim, uns fins-de-semana antes da obra começar, um folheto com informação sobre o projecto;
- A CML, também antes das obras se iniciarem, através de uma empresa especializada, entregou nas caixas do correio de várias ruas nas imediações do jardim, 6000 exemplares de uma carta do presidente António Costa dirigida aos munícipes. Nessa carta está explicito que as operações prevêem a “recuperação do coberto vegetal e a substituição de árvores de alinhamento”;
- A CML colocou, várias semanas antes do início da obra, um cartaz com o projecto e o resumo da intervenção;
- A CML informou a Junta de Freguesia das Mercês, que tem o projecto há vários meses para possível consulta nas suas instalações;
- Eu, enquanto vereador, reuni, já depois do início das obras, com representantes da Associação Sétima Colina, que compreenderam o âmbito da intervenção; esclareci pessoalmente várias pessoas que me contactaram e abordaram sobre o assunto.
Falta de informação? Não me parece. Talvez excesso de contra-informação.
Mas admito que houve um aspecto em que falhámos. Falhámos no dia do abate. Podíamos e devíamos ter feito mais e melhor na informação prestada e na forma como a acção foi feita. Também eu sofro ao ver o abate de uma árvore e compreendo a exaltação. Julgo que foi aí que falhámos.
Mas nada justifica as mentiras e os jogos políticos que, infelizmente, manipulam a opinião de cidadãos, maioritariamente bem intencionados, distorcendo a realidade dos factos e empolando as reacções.
Do ponto de vista paisagista este é um excelente projecto, feito por uma arquitecta paisagista da CML, e não sou apenas eu que o digo. Vários especialistas, entre os quais o Prof. Gonçalo Ribeiro Telles, a Prof. Aurora Carapinha, o Prof. Fernando Catarino e a Prof. Luisa Schmidt defendem o projecto.
Consideram a proposta de requalificação do Jardim França Borges “uma intervenção criteriosa, adequada (…) exemplar e que devia ser considerada como referente de uma boa prática de intervenção em património paisagístico”.
A garantia que dou a todos é que o Jardim do Príncipe Real voltará a ter a dignidade que merece. Será um espaço mais iluminado, mais seguro, mais fresco e bonito, como deviam ser todas as praças e jardins em Lisboa.
Certo é que daqui a quatro meses o Príncipe Real estará restaurado. As novas árvores estarão plantadas e todos os que alimentaram a polémica verão que não havia razões para alarmes. Não quer dizer que vai agradar a todos, nem que as polémicas vão acabar, até porque, o mandato, ainda agora começou.
Neste, como noutros casos, continuarei a fazer aquilo em que acredito, aquilo que considero ser o melhor para Lisboa, mas atento, por entre a poeira, aos bons conselhos que me dão.
Seria mais fácil não fazer. Seria mais fácil nunca ter denunciado ou nunca ter feito. Mas podem ter a certeza que, com a força com que sempre denunciei, continuarei a fazer por Lisboa. É isso que faz um homem de Lisboa.
Entristecia-me o estado a que deixaram chegar o jardim, no coração do Príncipe Real, sítio onde nasci há 51 anos, o que reforça a minha ligação com este espaço.
A recuperação de miradouros, jardins e praças foi e é um dos meus objectivos. Entristecia-me vê-los escuros, maltratados, indignos da sua dimensão e da sua importância para esta Cidade.
Tal como já aconteceu nos miradouros de São Pedro de Alcântara e do Torel, nos jardins Botto Machado, Francesinhas ou Cesário Verde, entre outros, e como está a acontecer noutros locais de Lisboa, a reabilitação do Jardim França Borges era, há muito, exigida. E era devida.
Desde os anos 90 que se prometia. Desde os anos 90 que se falava que “para o ano é que é”. Desde os anos 90 que os moradores do Príncipe Real e os lisboetas em geral esperavam e desesperavam, e enquanto isso o jardim ia-se lentamente degradando.
Isso acabou. Prometi devolver a dignidade àquele espaço e é isso que a CML está a fazer.
Não estamos a destruir, estamos a requalificar, a devolver a identidade ao jardim.
Não estamos a abater árvores, estamos a substituí-las; maioritariamente Choupos doentes, mal formados, com fragilidades mecânicas e que apresentavam risco para as pessoas e bens. A mais antiga tinha 28 anos e o funcionário que a plantou ainda trabalha na Câmara; na altura para substituir Ulmeiros.
Vamos substituí-las, de novo, agora por Lódãos, bem mais consentâneos com um jardim romântico como este.
Não há nenhuma árvore histórica envolvida, felizmente, porque até essas adoecem.
Em Maio, em parecer, a DRCLVT afirmou que “a intervenção proposta ao nível da vegetação baseia-se num levantamento exaustivo que suporta decisões coerentes a nível arbóreo, arbustivo e herbáceo, salvaguardando a segurança de transeuntes e bens, a imagem romântica do jardim público e a gestão integrada em termos de manutenção”; propondo desde logo “a aprovação da intervenção a nível da vegetação”.
O mobiliário é o que lá existe. Os pavimentos serão em saibro compactado, em vez de alcatrão.
E, mais uma vez, tudo isto tem parecer favorável do IGESPAR.
Sobre a participação pública e a necessidade de informar à população, digo apenas o seguinte:
- A CML distribuiu no jardim, uns fins-de-semana antes da obra começar, um folheto com informação sobre o projecto;
- A CML, também antes das obras se iniciarem, através de uma empresa especializada, entregou nas caixas do correio de várias ruas nas imediações do jardim, 6000 exemplares de uma carta do presidente António Costa dirigida aos munícipes. Nessa carta está explicito que as operações prevêem a “recuperação do coberto vegetal e a substituição de árvores de alinhamento”;
- A CML colocou, várias semanas antes do início da obra, um cartaz com o projecto e o resumo da intervenção;
- A CML informou a Junta de Freguesia das Mercês, que tem o projecto há vários meses para possível consulta nas suas instalações;
- Eu, enquanto vereador, reuni, já depois do início das obras, com representantes da Associação Sétima Colina, que compreenderam o âmbito da intervenção; esclareci pessoalmente várias pessoas que me contactaram e abordaram sobre o assunto.
Falta de informação? Não me parece. Talvez excesso de contra-informação.
Mas admito que houve um aspecto em que falhámos. Falhámos no dia do abate. Podíamos e devíamos ter feito mais e melhor na informação prestada e na forma como a acção foi feita. Também eu sofro ao ver o abate de uma árvore e compreendo a exaltação. Julgo que foi aí que falhámos.
Mas nada justifica as mentiras e os jogos políticos que, infelizmente, manipulam a opinião de cidadãos, maioritariamente bem intencionados, distorcendo a realidade dos factos e empolando as reacções.
Do ponto de vista paisagista este é um excelente projecto, feito por uma arquitecta paisagista da CML, e não sou apenas eu que o digo. Vários especialistas, entre os quais o Prof. Gonçalo Ribeiro Telles, a Prof. Aurora Carapinha, o Prof. Fernando Catarino e a Prof. Luisa Schmidt defendem o projecto.
Consideram a proposta de requalificação do Jardim França Borges “uma intervenção criteriosa, adequada (…) exemplar e que devia ser considerada como referente de uma boa prática de intervenção em património paisagístico”.
A garantia que dou a todos é que o Jardim do Príncipe Real voltará a ter a dignidade que merece. Será um espaço mais iluminado, mais seguro, mais fresco e bonito, como deviam ser todas as praças e jardins em Lisboa.
Certo é que daqui a quatro meses o Príncipe Real estará restaurado. As novas árvores estarão plantadas e todos os que alimentaram a polémica verão que não havia razões para alarmes. Não quer dizer que vai agradar a todos, nem que as polémicas vão acabar, até porque, o mandato, ainda agora começou.
Neste, como noutros casos, continuarei a fazer aquilo em que acredito, aquilo que considero ser o melhor para Lisboa, mas atento, por entre a poeira, aos bons conselhos que me dão.
Seria mais fácil não fazer. Seria mais fácil nunca ter denunciado ou nunca ter feito. Mas podem ter a certeza que, com a força com que sempre denunciei, continuarei a fazer por Lisboa. É isso que faz um homem de Lisboa.
21 comentários:
Sr. Vereador: Fico muito Feliz ao lêr as suas palavras e ainda bem que está a arranjar o Jardim, que estava uma lástima. Mas custa vêr as árvores irem ao chão sem explicação! É triste e ainda bem que o reconhece. E o Sr. Dr. já devia ter vindo dizer qualquer coisa mais cedo. Porquê tanto tempo e tanto silêncio? Continue o trabalho difícil que está a fazer mas mantenha-nos a todos informados. Tem a minha confiança pelo que já conseguiu fazer. Bem haja. Mª. Luisa Costa
Caro Zé: Já aguentaste coisas mais difíceis. Faz o que tens a fazer! Abraço e força!
Caro José Sá Fernandes,
Como sabe fui seu apoiante e nada me move pessoalmente contra si. Permita-me tão só discordar de quase todo o que afirma nesta sua tão tardia explicação que se dignou, finalmente, a dar a todos aqueles que, fundamentadamente, se preocupam com o que se está a passar no Jardim.
Em primeiro lugar deixe-me que lhe diga que o que o jardim estava a precisar era de conservação e manutenção. Com a enorme soma que esta intervenção está a custar a todos nós poderia dar emprego a uma equipa de bons jardineiros por largos anos.
Em segundo lugar deixe-me chamar-lhe a atenção para as sucessivas e contraditórias justificações que foram dadas pelo seu pelouro para justificar a obra. Inicialmente seriam abatidas algumas árvores doentes. Mais tarde seriam 20 choupos e 6 árvores junto ao lago central. Depois "é inevitável o abate de pelo menos 46 árvores" depois ainda, na SIC, "2/3 das árvores estão doentes", e por aí fora. Lamentável.
Não me quero alongar mais mas deixo-lhe aqui um repto: compareça na sessão pública de o grupo dos amigos do Príncipe Real vai promover na Sexta Feira dia 18, 21h, no auditório Quintanilha da ex-FCUL, à rua da Escola Politécnica.
Sr. Vereador José Sá Fernandes,
Acredito que tenha a convicção de que está a fazer o melhor, assim como acredito que continue a julgar ter feito quase tudo bem. A questão essencial é no entanto saber se é o Sr. Vereador quem pode decidir da bondade do seu projecto e da sua adequação quer à "parte vegetal" do jardim, quer à sua identidade. Nos termos da legislação em vigor, contando o jardim com árvores classificadas de interesse público, toda a intervenção deveria ter sido precedida por autorização prévia da AFN (Autoridade Florestal Nacional) e do IGESPAR. Mais! Nos termos dessa mesma legislação todos os trabalhos deveriam estar a decorrer sob fiscalização dessa mesma autoridade. O que veio a Público - e até agora não desmentido por si é: (i) a ausência de qualquer intervenção da AFN (a quem não foi solicitada qualquer aprovação); (ii) a inecistência - à data do início dos trabalhos e no momento do corte das árvores, de qualquer autorização do IGESPAR (a qual terá chegado posteriormente a 30 de Novembro.
Pela minha parte nada me move a não ser a defesa do Jardim que me parece correr um sério risco de perda de identidade, ao contrário do que V. Excª. defende. Porém, essa questão deveria ter sido decidida antes da obra por quem tem competência para o efeito e essa competência não é nem minha nem sua, é das autoridades supra referidas. Por último, tendo a Assembleia Municipal de Lisboa aprovado por unânimidade o que aprovou na passada semana a ausência de qualquer referência neste seu comunicado às garantias que prestou ou prestará a Câmara no sentido de proteger o Jardim enquanto jardim (garantias que a meu ver só poderiam ser dadas pelo acompanhamento dos trabalhos pela referida AFN) constitui mais um sério motivo de preocupação em todo este processo, relativamente ao qual V. Excª. demorou quase um mês a prestar os esclarecimentos pedidos de uma forma que não só não responde à questão central como reforça as preocupações de todos os que espontanea e desinteressadamente se uniram em defesa do Jardim. No próximo dia 18 de Dezembro um grupo que se auto-denominou "Amigos do Jardim" irá promover a Sessão Pública "Que Futuro para o Jardim do Príncipe Real", seria da maior importância a presença de V. Excª., designadamente para informar se pretende ou não sujeitar o projecto e obra em curso à fiscalização da AFN, nos termos dos artigos 1º a 5º do Decreto 28.468 de 15 de Fevereiro de 1938.
1º Não é verdade que só agora haja informação. Informação há – há já muito tempo – no site da CML, na Junta, em blogs, etc… Há é sim muita contra-informação! Isso é diferente e é um problema incontornável da modernidade, da internet, etc.
Por mim, como munícipe, fico satisfeito por saber que o vereador que mais pelouros tem na CML não passe o dia a responder na net as acusações sem sustentação que lhe fazem.
2º Não acho mesmo nada que o Príncipe Real só necessitasse de manutenção e nada mais. Manutenção tem tido ele. Se vão substituir árvores doentes (é ir lá ver com os próprios olhos os coutos, se não se acreditar nos serviços da Câmara Municipal) e tirar o alcatrão do chão, agradeço muito como munícipe. Sei que a Câmara não tem muito dinheiro, mas o que tiver, que o gaste na requalificação do espaço público. É prioritário! Já agora, que ponham iluminação como deve ser. Aquela é uma zona de diversão nocturna.
3º Muito tenho eu ouvido falar na informação contraditória do gabinete. O que eu vejo é informação contraditória por parte dos “Salvem o Príncipe Real”. E mostro-a onde existe. Por exemplo na página do Facebook: “Árvores centenárias”, “Espécies únicas”, “parque de estacionamento”, etc. Dizem-me que primeiro disseram que só iam substituir 20 árvores e que afinal são 40. É verdade? (com tanto diz-que-disse…) e se fôr? Não pode ter havido um engano? Não pode ter havido uma avaliação diferente a meio do processo?
4º e último: Normalmente estaria o mais a favor possível de que os vereadores participassem em sessões públicas de esclarecimento. Mas neste caso é diferente: Está claramente montada uma armadilha política. Não vá lá, Zé!
Há muita gente genuinamente preocupada com o que se está a passar no jardim, sobretudo depois de tanto alarmismo e contra-informação. Mas há muita gente que está nisto com outras motivações. Remeto novamente para o que se tem escrito na net: Ontem no cidadania LX a ex-assessora de imprensa do vereador do ambiente do PSD dizia que o Zé estava podre por dentro e que tinha de ser abatido em vez das coitadinhas das árvores que andam a ser arrancadas. No Facebook a demência é total: Há um que – aludindo ao famosíssimo caso do evento da SKODA – diz que destruiu a praça das flores e agora vai destruir o príncipe real. Depois há os que exigem, claro, o pagamento “dos prejuízos do embargo do túnel do marquês”. Se lá for vai ser gritaria, acusações sem fundamento, provocações deste género ou piores e de pouco servirá. É a minha opinião… Quanto muito pergunte aos técnicos responsáveis pelo projecto se não querem ir lá esclarecer dúvidas concretas.
Finalmente (o 4º não foi o último), as questões jurídico-procedimentais que levanta o Tiago, devem ser para os juristas da CML, IGESPAR e AFN resolverem. Essas burocracias são complicadas mas nada melhor que a Administração Pública para as levar a bom termo. Na minha opinião, o problema costuma ser o contrário: a Administração centra-se demasiado nos procedimentos e não nos fins e é daí é que vêm as queixas, os atrasos e as coisas mal feitas
O problema sr. vereador não é salvar o Jardim, mas sim a maneira como este está ser salvo. Se for da mesma maneira como salvaram o Bairro Azul (que mais parece um campo de batalha), ou pelo projecto vergonhoso que está a ser feito no Terreiro do Paço, ou o famoso campo dos girassois, promovido pelo mesmo gabinete da câmara e sem concurso público, não queremos que salvem o que quer que seja! A sustentabilidade de uma cidade também se faz com projectos de qualidade, que perdurem ao longo dos anos e não com projectos desta natureza. Explique-me também porque é que um projecto desta natureza não é sujeito a concurso público e debate de ideias?
Tiago
E não se esqueça que Lisboa não é só sua também é de todos os Lisboetas.
"Neste, como noutros casos, continuarei a fazer aquilo em que acredito, aquilo que considero ser o melhor para Lisboa, mas atento, por entre a poeira, aos bons conselhos que me dão."
Tiago
Tiago: o Bairro Azul mais parece um campo de batalha? Que raio de confusão é que está para aí a fazer? "projecto vergonhoso que está a ser feito no Terreiro do Paço"? Vergonhoso porquê? Vamos lá a saber... "campo dos girassois, promovido pelo mesmo gabinete da câmara e sem concurso público" Concurso Público para semear um campo de girasois na quinta do Zé Pinto que estava ao abandono? Como assim?
Parece-me que o Tiago é demasiado rápido a disparar acusações sem sequer pensar um bocadinho no que diz.
Não que tenha qualquer relevância, mas considerando que deixei aqui um comentário e que outros dois surgem em baixo com o mesmo nome próprio ("Tiago"), esclareço que só o primeiro é meu.
Caro Vereador: Conheço-o a si e à sua coragem e temo que vá aparecer nesta sessão de "esclarecimentos" do recém-criado grupos dos amigos do Jardim do Príncipe Real. Deixe-me aconselhá-lo a não ir. As razões são mais que evidentes. Continue a recuperar jardim após jardim. Só lhe peço isso.
Tiago: O Bairro Azul tem sido amplamente elogiado, imagine só, pelos seus moradores. Deixe-me dizer-lhe que antes das obras era mesmo um campo de batalha (de automóveis, claro). Dava-lhe jeito atravessá-lo? Não me diga que estacionava o seu carro nos terrenos agora corredor verde e que ficou revoltado por não o poder fazer mais?
O Campo de Girassóis respeitou integralmente o definido no novo código do CCP. 45.000mil euros não necessita de concurso. Sabe disto não sabe? Foi mesmo só para acusar por acusar, certo? Sabe quanto custaria o campo de girassóis à CML se fosse um "Jardim"? Multiplique 10.000m2 (1ha) por 20EUR para a construção e coloque-lhe 100.000euros anuais de manutenção ou então o desvio de jardineiros municipais dos nossos jardins para irem para ali. Custou zero de manutenção! ZERO!
O Tiago veio aqui para falar do Príncipe Real e falou de várias coisas "ao lado". Quando vai falar do Príncipe Real? Estou ansioso...
Caro Tiago Taron e Caro Jorge Pinto: Não nos conhecemos pessoalmente mas já tive uma boa discussão num blog sobre este tema com o Tiago Taron:
- A primeira questão que vos coloco é se realmente acham que o Príncipe Real estava realmente em boas condições e não precisava de obras? Retirar o asfalto e fazer a gestão do arvoredo são grande parte da intervenção e isso tinha mesmo que se fazer em qualquer circunstância, não é verdade? Um Jardim de asfalto?
Sobre as árvores: uma das questões que conduz ao "apodrecimento" das nossas árvores são as famosas "podas camarárias" que deformam e enfraquecem as árvores. Dependendo das espécies, os efeitos podem ser mais ou menos rápidos. Árvores em caldeira enfraquecem mais depressa do que em "campo aberto". Segundo se sabe, ainda o ano passado uma árvore tinha caído estrondosamente no chão no Príncipe Real. Defendo que a CML prossiga a sua política de gestão do arvoredo, identificando as espécies em risco de cair e procedendo à sua substituição. O que falta é avisar antecipadamente as pessoas, e se possivel complementado com informação online em mapas / site municipal. Era interessante que estas podas fossem denunciadas por movimentos de opinião com o que V. se inserem. Para alem de G.R.Telles não vi ninguém denunciar isto. Porquê?
- A outra questão é de saber se seria aceitável que o Vereador Sá Fernandes, que se candidatou para que estas intervenções se fizessem (é mais do que público o seu programa) agora não as fizesse? É que outros no passado recente apostavam em plantar florzinhas de corte na Avenida da Liberdade (alguém alguma vez as viu?) por centenas de milhares de euros (e o concurso?) ou pôr sistemas de rega em taludes na 2ª circular, enquanto os miradouros e jardins históricos definhavam. Não deveria ter havido um movimento dos amigos do Príncipe Real nessa altura? Ou estava bem assim?
Não me conformo com o quadro que pintam do Sá Fernandes, o de um Homem "interessado" em mandar árvores abaixo a qualquer custo. E V., que são mais do que pessoas esclarecidas, alinham nisto ao lado de uma maioria que se está pouco importando para o Príncipe Real, apenas pretendem enfraquecer o Sá Fernandes, como V. bem sabem.
Por último, sugiro que convidem G.R.Telles para falar do Príncipe Real. Não tenho visto muita gente pedir-lhe a opinião no caso do Príncipe Real? Porque será?
Cumprimentos
Bernardino Aranda, o vereador José Sá Fernandes habituou-nos á sua frontalidade , e coragem, na defesa de causas ao longo dos anos.
Não se atemorizou, com as consequências da sua denúncia dos negócios da CML , nas vereações Carmona Rodrigues-Santana Lopes com a Braga Parques,denunciou todo o projecto do Tunel do Marquês, alertou para as consequências, posteriormente provadas , que iriam ter as obras do Metro do Terreiro do Paço.
Porque iria agora atemorizar-se, ou pior fugir , a enfrentar quem o critica, pelas modificações que está a introduzir no Jardim do Principe Real...
Porque não assume o vereador Sá Fernandes , a defesa pública do seu projecto, e realiza uma sessão pública de debate, em que esteja presente a arquitecta paisagista que elaborou o projecto, alguem dos Igestar , representantes da Junta de Freguesia das Merçês, e cidadãos interessados.
Uma sessão de esclarecimento, organizada pelo vereador Sá Fernandes, poderia não só evitar, as razões que invoca para ele não estar presente na sessão da dia dia 18, mas ao mesmo tempo, desmonstrava , que continua a ser o Sá Fernandes frontal, que nos habituámos a respeitar.
Um politico, e o Sá Fernandes é um politico, não pode fugir a prestar contas dos seus actos.
Cumprimentos
Augusto Pacheco
Olá a todos os comentadores deste post sobre o Principe Real.
Gostei do seu post, de alguns comentários é que não.
Muito se tem dito sobre as intervenções do Príncipe Real, acima de tudo muitas asneiras.
1.Árvores centenárias - se bem me lembro a maior parte das árvores deste jardim são choupos e estes duram 30, 40 anos no máximo (e nos últimos anos têm durado bastante menos por causa do cancro que esta espécie tem desenvolvido);
2. Segundo sei a Autoridade Florestal só é chamada quando se faz uma intervenção numa árvore classificada (pois uma poda mal feita pode levar à sua desclassificação)
3.Não seria estranho que o mesmo vereador que apoiou, há poucas semanas atrás, uma iniciativa da população na plantação de centenas árvores, passado pouco tempo abatia friamente outras quantas árvores só porque lhe apetecia
4. Acho piada como é que só nos projectos do Sá Fernandes é que a população se une e faz barracada.
Não me lembro de ter ouvido um único grito quando a CML há uns anos atrás roubou uma parte do Vale de Chelas para fazer um parque de estacionamento, que está sempre vazio; ou quando decidiram emparedar uma vertente do Vale de Santo António e continuam a fazer Planos para permeabilizar todo aquele vale (que devia manter-se natural)e muitos outros exemplos.
Mexer em árvores de alinhamento não me faz confusão, o que me faz confusão são as sucessivas tentativas de decisores políticos de cimentar importantes zonas verdes naturais da cidade.
Deixo aqui um desafio: os que andam sempre atrás das cenas do Sá Fernandes devem passar a estar mais atentos às intervenções dos outros, não só ao nível local como também nacional.
Não votei no Zé (nem noutro gajo qualquer)mas tenho clareza suficiente para perceber que o homem está a fazer um bom trabalho!
Aos amantes de Lisboa deixo um recado: A mim preocupa-me mais o que é que o Vereador do Urbanismo ou o da Mobilidade vão fazer na cidade do que o Sá Fernandes - que até agora só tem dado provas de bom trabalho.
Até por causa dos inocentes girassóis o Zé levou pancada, francamente! Deve ser a figura pública que tem as costas mais largas.
Até.
Tatiana Roque
Tal como me comprometi na semana passada, estive hoje à noite na Assembleia da Junta de Freguesia das Mercês, onde tive oportunidade, uma vez mais, de esclarecer várias questões sobre a reabilitação em curso do jardim do Príncipe Real.
Infelizmente, conforme já informei os promotores do encontro, não poderei comparecer na sessão de sexta.
Ainda assim, continuo, como sempre estive, ao dispor de todos os cidadãos para quaisquer esclarecimentos sobre esta, ou qualquer outra intervenção que façamos em Lisboa.
Agradeço as palavras de apoio e incentivo, retenho todos os reparos e sugestões.
Caro DMarta,
Com todo o gosto procurarei responder ao que me pergunte, expressando-lhe aqui o que procurei dizer noutro sítio: a discussão pode ser um prazer quando feita com a civilidade, inteireza e honestidade com que o Duarte sempre teve neste assunto.
1ª Pergunta: "realmente acham que o Príncipe Real estava realmente em boas condições e não precisava de obras? Retirar o asfalto e fazer a gestão do arvoredo são grande parte da intervenção e isso tinha mesmo que se fazer em qualquer circunstância, não é verdade? Um Jardim de asfalto?"
Como sabe Duarte a minha opinião sobre esta questão é que a minha opinião sobre esta matéria não vale nada, a não ser em minha casa à hora do almoço. Tenho-a, sim senhor, mas não pretendo convencer ninguém da sua bondade. A minha opinião, desde o início, é que esta requalificação por decorrer no local onde decorre e por estar sujeita por lei à autorização prévia de duas entidades qualificadas para decidirem as questões da "saúde" e da "imagem" do jardim, deveria ter começado e continuar com o envolvimento efectivo e responsável dessas duas entidades.
Como escrevi no comentário anterior e em tantos comentários e textos que sobre esta questão fui "produzindo", acredito piamente na convicção do Vereador José Sá Fernandes no sentido daquele projecto ser um projecto de "categoria", assim como - repito - jamais insinuei a existência de qualquer interesse obscuro ou negociata escondida para trás desta intervenção. O que desde o início procurei alcançar e julgo ter tido sucesso foi assegurar a intervenção dessas entidades. Dirá (como disse ontem o Sr. Vereador) que essas entidades já teriam dado as suas autorizações. O que vos posso dizer é que da parte do IGESPAR a autorização da sua competência só foi despachada praticamente uma semana depois do início dos trabalhos e que da parte da Autoridade Florestal Nacional ainda hoje não existe qualquer Despacho de autorização sobre a obra em curso (Despacho que estou convencido irá existir, assim como estou convencido que irá existir - depois do que se gerou em defesa do Jardim - o acompanhamento efectivo da obra por parte dessa entidade).
Esta era a questão central para mim. Por muito que respeite o Sr. Vereador e as suas sinceras intenções de "requalificar" o jardim, o que afirmei e reafirmo, é que não lhe cabe a ele a última palavra e que o seu projecto estava sujeito à sindicância de quem tem por razão de existir pronunciar-se vinculativamente sobre as duas questões em jogo nesta intervenção.
Para mim não se trata de uma bizantinice burocrática ou de mais um enredo procedimental para "complicar as coisas". Trata-se de fazer intervir num processo deste tipo quem é legalmente considerado como o mais competente para o efeito.
(por ultrapassar os caracteres admitidos a resposta continua lá no meu blog)
É pena que só publiquem as notícias que vos interessam e não tenham publicado a minha análise sobre o que se está a passar no bairro azul, moro lá perto, sou arquitecto e não tenho qualquer vocação política.
Dr. Sá Fernandes nada me move contra si, penso que é uma pessoa com iniciativa, o único assunto que eu desaprovo é com a escolha e a maneira que se fazem os projectos na câmara.
Mais uma vez venho escrever aquilo que tinha escrito em relação ao bairro azul e que não foi publicado:
-Em relação ao Bairro Azul a qualidade de desenho urbano deixa muito a desejar, começando pela pormenorização dos passeios, em que não existe uma cota que bata certo. A quantidade de novos degraus que puseram nos passeios para subir e voltar a descer são erros dos arquitectos. O desenho e centralização em relação à rua das saídas de metro, do elevador, das caixas eléctricas, dos poços de ar do metro (cuidado com os cegos) representam um dos piores desenhos urbanos que alguma vez a cidade de Lisboa já viu. Os novos passeios entram para cima da rua sem critério deixam vazios entre o pavimento da estrada e do passeio. As árvores são colocadas sem rigor e desenho, a maneira como se pormenoriza o canteiro das árvores varia entre o redondo e o quadrado, existindo também um fosso entre o passeio e o passeio das árvores na Rua Ramalho Ortigão. Fico estupefacto também com a capacidade criativa que os excelentíssimos arquitectos têm na pormenorização do escoamento das águas, cujo o desenho destas mesmas, desvia-se das caixas eléctricas, que são colocadas no passeio com uma criatividade extraordinária. Na tentativa de dar mais passeio às pessoas, criou-se um campo de “guerra”, com os múltiplos degraus, caixas eléctricas, saídas de metro mal desenhadas e com inúmeras saídas de ar. Em relação à rua Ramalho Ortigão não percebo qual foi o critério de alargamento do passeio, quando talvez teria sido mais inteligente alargar o lado que apanha mais sol. De certeza que não foi por ter mais lojas de um lado, que a escolha recaiu pois o comercio nesta rua é nulo. Em relação ao estacionamento por exemplo que agora é colocado na perpendicular em relação aos edifícios, a sensação que fica é a de que agora tem mais carros, pois a visão para quem está a andar na rua é que os carros ocupam metade da mesma. Em relação à rua Marquês da Fronteira no cruzamento com a António Augusto Aguiar, não se entende também o alargamento dos passeios para o edifício da BNU. Tendo neste último mês assistido a alguns desastres de carros a entrar para cima do passeio. O mesmo se pode dizer da avenida Duque de Ávila, cujas as saídas de metro vieram para cima da estrada, estou bastante interessado em saber como vão ser resolvidas as entradas de garagem dos edifícios vs os passeios e a estrada. Eu moro nesta zona e sei do que se fala sobre este projecto, talvez melhor qu o Sr. Alves ( ou será o dr. Sá Fernandes a responder?). Também gostaria de saber quando estará este projecto pronto?
Se quiser também lhe mando fotografias demonstrativas daquilo que estou a falar.
Continua... Tiago
-Em relação ao Terreiro do Paço, quando falei de concursos referia-me a este espaço emblemático e não ao jardim dos girassóis. Sendo o Terreiro do Paço uma das praças mais bonitas da Europa, das poucas viradas para o rio, não se percebe porque não foi seguido o projecto inicial que ganhou o concurso. Se a intenção era passar por cima do concurso e escolher um arquitecto por entrega directa, não percebo porque não foi escolhido um profissional cujo nome ninguém pusesse em causa. Relembro a recosntrução do Chiado feito pelo Arquitecto Siza, o mesmo que redesenhou, com o arquitecto Eduardo Souto Moura a Av. dos Aliados no Porto, e que também foi escolhido para projectar o passeio do Prado em Madrid. Embora não concorde com entrega directa de projectos públicos a arquitectos, penso que a existir um cenário como o que foi construído pela câmara, este projecto deveria ter sido entregue a um arquitecto de renome nacional e internacional. A sustentabilidade de uma cidade também se faz com bons projectos de arquitectura e não com projectos feitos à pressa para ganhar eleições!
Envio alguns sites e blogs demonstrativos daquilo que falo com várias pessoas a falar da qualidade do projecto:
http://lx-projectos.blogspot.com/2009/05/remodelacao-do-terreiro-do-paco.html
http://lisboa.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=699&Itemid=41
http://www.adurbem.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=568&Itemid=208
-Em relação ao Jardim do Príncipe Real, apenas demonstro a minha preocupação pelo projecto que está a ser feito, tendo por base aquilo que já foi feito nos projectos já referidos. Sei que o projecto foi feito por uma arquitecta da câmara, que de certeza teve a melhor das intenções, mas pelo que tenho visto no relacionamento dos vários ateliers por onde passei, com os gabinetes de arquitectura da câmara os relatórios feitos por arquitectos da câmara em relação a projectos propostos são muito obtusos e revelam na maior parte dos casos uma falta de cultura arquitectónica preocupante. Talvez por isso Lisboa seja uma das cidades da Europa onde é mais difícil aprovar projectos, mesmo para arquitectos de grande qualidade.
Para um promotor imobiliário que quer investir em Lisboa torna-se muito complicado, por melhor que sejam a suas intenções, investir em Lisboa. Em Londres por exemplo existe uma participação interessante das juntas de freguesia e dos moradores de uma certa área da cidade, os projectos também têm a aprovação de todos os moradores da cidade e existe debate sobre aquilo que se vai fazer.
-Talvez me tenha precipitado em relação ao Jardim dos girassóis, mas tal como o senhor é um apaixonado pela cidade de Lisboa também eu o sou! Apenas sou movido tal como acredito que o senhor o seja, pelo interesse da nossa cidade, por isso escrevo este comentário a avisar sobre a qualidade dos projectos por si apresentados para a cidade. Não acha que é mais inteligente promover concursos públicos para os projectos que quer apresentar? Tenho a certeza que a qualidade dos mesmos vai melhorar.
Melhores cumprimentos, Tiago
Caro DMata,
Lança-me um repto que vou aceitar apesar de as minhas objecções ao processo do Príncipe Real serem sobejamente conhecidas.
Em primeiro lugar, volto a repetir, a minha atitude seria exactamente a mesma quer o vereador responsável pelo projecto fosse A ou B.
Passando às suas questões.
Nunca me leu a dizer que o Príncipe Real estava em boas condições. É evidente que deixar um jardim anos a fio entregue a um prestimoso mas velho jardineiro, para a seguir ficar meses a fio ao abandono, sem um único jardineiro, não é, convenhamos, a melhor maneira de tratar um jardim. Mas aqui falamos principalmente das relvas, plantas e dos pequenos arbustos. Diga-se de passagem que uns poucos meses antes da força bruta se abater sobre o jardim, uma dedicada equipa constituída por um jardineiro e três ou quatro moças auxiliares estava a operar, a esse nível, um verdadeiro milagre.
O mobiliário, como é sabido, tinha sido substituído há poucos anos, e, aquele que fora vandalizado, novamente substituído. Nesse aspecto, vandalismo, a situação estava mais ou menos sanada.
Quanto ao pavimento. Acho que sim, há com certeza pavimentos mais apropriados. A pergunta no entanto não é essa. A pergunta que se deve fazer é se era uma prioridade inadiável substituir esse pavimento que, não sendo o mais apropriado, era o que existia e não punha em perigo nada nem ninguém. Aliás com o arranque do pavimento destruiram-se também todas as primorosas caleiras em calçada e respectivas tampas em pedra dos sumidouros, que, segundo a própria Memória descritiva da CML/DMAU/DEP de janeiro de 2009, a que hoje mesmo tive acesso, estavam "em razoável estado, pontualmente desfeitas".
Quanto ao arvoredo interior: como qualquer um pode comprovar foram abatidas não 6 árvores como o sr. vereador, certamente mal informado, continua a propalar, mas sim 9 dessas árvores, que, segundo a mesma memória "Após uma análise visual concluiu-se que a generalidade do arvoredo existente apresenta necessidades de podas, sejam elas formação ou de manutenção, MANTENDO UM ESTADO SANITÁRIO RAZOÁVEL NA GENERALIDADE."
(as maiúsculas são minhas).
Esta apreciação é válida quer para as árvores no interior quer para as de alinhamento.
Segundo um acertado comentário de Rui Pedro Lérias in "http://www.arvoresdeportugal.net/2009/12/ainda-sobre-o-abate-das-arvores-no-jardim-do-principe-real/" as árvores de alinhamento irrecuperáveis deveriam ser substituídas "au fur et a mesure" e não desta selvática maneira ofendendo quer os sentimentos dos utentes e fruidores do jardim quer as próprias árvores do hinterland que elas eram supostas proteger. Se os choupos não são as mais adequadas muito bem. Não fui eu que as plantei. Elas estavam lá, a maior parte de boa saúde e gradualmente seriam substituídas.
Claro que um tipo de cuidado continuado não dá obra, não dá para inaugurar. Mas não estamos mais em tempo de inaugurações mas de trabalho sério e competente.
Nota: dado o tamanho deste comentário as regras do blogue obrigam-me a parti-lo em dois.
2ª parte
É absolutamente falso que tenham caído árvores no jardim e/ou no alinhamento por força da sua vetustez. Caiu sim uma árvore de grande porte há coisa de uns dois/três anos mas durante a noite e devido a um enorme temporal. Estou em crer que para evitar este tipo de riscos só há uma solução: não plantar mais árvores e cortar já todas as que existem.
Não quero acabar este ponto sem denunciar outro atentado que foi o do empedramento com calçada dos dois espaços verdes que existiam no lado poente da Praça. Esses espaços são agora, nas noites de fim de semana, parques de estacionamento.
Quanto às suas restantes questões, porque não me pronuncio sobre isto ou sobre aquilo. Caro senhor, eu só me costumo pronunciar sobre aquilo que conheço. Terá toda a razão, mas o caso que discutimos aqui é o Príncipe Real.
Não conheço o arqt. Ribeiro Telles por cujas intervenções tenho em geral muito apreço. Não sei em que exactos termos ele se terá pronunciado sobre este caso se é que o fez. De qualquer modo esta é minha análise e teria muita pena se não fosse corroborada pelo sr. arqt. mas não a mudaria mesmo assim.
Cumprimentos,
Não posso deixar de expressar o meu apreço pela atitude do "dono" deste blogue ao publicar todos -penso que todos- os comentários, mesmo aqueles, como os que tenho produzido, altamente críticos para algumas das suas actuações. Bem haja.
PS Só solicito que não os retenha tanto tempo.
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