sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quinta do Zé Pinto #2

Na sequência de um artigo publicado pela jornalista Ana Henriques no jornal Público sobre a Quinta do Zé Pinto, no qual existem comentários do sr. Presidente da Junta de Freguesia de Campolide, decidi enviar-lhes, hoje mesmo, uma carta a explicar o projecto e o ciclo de vida dos girassóis, acompanhada de um exemplar do único tipo de girassol, que eu conheço, que não morre: o de plástico!

Como hoje, no jornal Sol surgem mais dois artigos sobre este mesmo tema, enviei mais dois, para o sub-director do Sol, Mário Ramires, e para Miguel Portas.

Aqui fica a carta:

"Exmo. Senhor, Os girassóis, como aprendemos na escola, têm o seu ciclo de vida, viçosos pelo mês de Julho, secos com a chegada do mês de Agosto, antes do corte, normalmente em Setembro.


Por outro lado, é, desde sempre, desaconselhável regar girassóis no seu fim de vida. Aliás, a rega de um campo de girassóis é feita muito pontualmente, como aconteceu na Quinta do Zé Pinto, apenas com 3 regas.


Deste modo, foi um sucesso esta iniciativa a custo zero da Câmara, principalmente junto de algumas escolas. Entretanto, outra vez em parceria com a Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC), a CML vai já em Setembro fazer no local uma festa pedagógica conjuntamente com mais escolas e outras entidades, com o intuito de assinalar o fim deste ciclo e o inicio de outro, ainda mais ambicioso, até porque, ao contrário do anteriormente previsto – construção de enormes edifícios no actual campo de girassóis – vai nascer um parque pedagógico integrado no corredor verde de Gonçalo Ribeiro Telles.


Por fim, informa-se que a CML, quando solicitou à EPUL a devolução do terreno em causa, pediu que o mesmo fosse entregue limpo do entulho, do cimento e dos cartazes que o carregavam em quase toda a sua extensão, o que foi feito e o que, naturalmente, terá tido o seu justo custo pago por aquela empresa, tarefa impossível de realizar apenas com vontades ocas ou préstimos baratos.


Por último, junto envio-lhe um girassol que espere que aprecie, pois não precisa de terra, nem de água e está sempre viçoso – é de plástico. Com os melhores cumprimentos, José Sá Fernandes Em anexo: Junto se envia fotografia reveladora da alegria com que o sr. Presidente da Junta de Freguesia de Campolide ajudou a semear os girassóis na Quinta do Zé Pinto, tirada no dia 23 de Abril."

Como por aqui referi há cerca de um mês atrás, os girassóis não estão abandonados, estão secos porque são seres vivos, que como todos os outros, têm um ciclo de vida.

Enfim, este desconhecimento da vida só vem reforçar a importância pedagógica do projecto.

Em Setembro há mais.

3 comentários:

AJM disse...

Sublime o girassol de plástico!
Excelente resposta! Há realmente uma ignorância grotesca das pessoas quanto ao que querem das cidades. E o artigo do Miguel Portas é lamentável e excusado...
Já o Presidente de Junta de Campolide parece bem contente na foto a fazer a sementeira...mande-lhe também a foto e já agora para a jornalista do Publico...

PROSA disse...

Nem sempre é facíl fazer cronicas em Agosto, muito sol, muita cerveja, muito caracol, um bom tema para Miguel Portas para uma próxima crónica.Mas têm-se de as fazer para se receber uns dinheirinhos.

Com um grande lisboeta dizia num filme muito conhecido " chapéus à muito seu..."

e Continuação de um bom Agosto sem girassois.

Alves disse...

Passei este fim de semana por Beja e aquilo está rodeado de campos de girassois secos à espera da colheita das sementes.

Vai mais uma noticiazinha da Ana Henriques a "denunciar" que os girassois secaram? E um artigo do Portas a a chamar ignorantes aos agricultores por terem semeado girassois, quando estes afinal nem duram um ano, secando no verão?